Um dia há muito tempo atrás, uma das minhas professoras mais duronas, mas sem dúvida uma das minhas formadoras de opinião lançou a seguinte questão: O que é liberdade? Naquele momento muitas coisas passaram pela minha cabeça como por exemplo: ler um livro na praia, subir uma serra para curtir o pôr-do-sol, ouvir uma música na varanda olhando o céu e as estrelas… Mas me dei conta que isso está muito mais para felicidade do que para liberdade.
Logo depois pensei em livre arbítrio, entretanto que conceito uma criança de 10 anos pode ter sobre isso? Bom, pra ser sincera eu sabia vagamente o que aprendi na igreja: foi algo que Deus nos deu. Tudo bem, é bastante tolo, mas é perfeitamente compreensível nessa idade. “Livre arbítrio é a sua liberdade de praticar ações”. Ótimo, mas não responde a pergunta da professora.
Após um longo tempo, respostas imbecis e absurdas, minha professora nos disse com entusiasmo: liberdade é a nossa capacidade de fazer escolhas e tomar decisões que afetam nossa vida e repercutem na do próximo. Simples não é? E transformador.
Poucas coisas me fizeram pensar tanto quanto essa pergunta que me levou a outra reflexão: Existe coisa mais asfixiante que a liberdade? (Certamente um psicopata louco por pescoços, rs).
Veja só, diga a uma pessoa: “você está livre”. Bacana, milhões de coisas para fazer, lugares pra onde ir e tudo o que virá na mente desta criatura vai ser: “E agora?”. Pois é, curiosamente conheci poucas coisas tão aprisionantes, impressionantes, que iludam e engrandeçam tanto quanto a liberdade.
Na minha vida sempre houveram limites, impostos por mim ou na maioria das vezes pelos outros. Mas todas as vidas são assim, é o que torna essa palavra já bastante repetida tão apetitosa, tão sonora, tão inalcançável… Tolice nossa. Pra vencer esses limites usamos a nossa capacidade de superação, não outra coisa. Liberdade é só algo que às vezes nos damos ao luxo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário